quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Os novos internacionais: Quem formou?


No seguimento do artigo anterior, onde se procurou analisar e desmistificar alguns temas relacionados com a formação de jovens talentos, convém deixar de olhar para o passado e o que outrora foi feito, para vermos o presente e analisarmos se os mesmos paradigmas se mantêm, ou por outro lado, outros fenómenos surgem e vão desmistificando alguns conceitos pré-concebidos.

E a realidade parece ser essa. Olhando para o percurso da selecção nacional, ninguém esconde que a actual geração está a alguma distância daquelas que foram, outrora, algumas das melhores equipas de sempre do futebol nacional. Ainda assim, e sem procurar os responsáveis ou apontar causas, vamos observar a última convocatória de Paulo Bento para a Selecção Nacional, no jogo amigável que Portugal disputou no Gabão.

6 são o número de jogadores convocados na casa dos 25 anos, ou menos. Entre eles estão Éderzito (Braga), Pizzi (Corunha), Ruben Ferreira (Marítimo), Luís Neto (Siena), Hélder Barbosa (Braga) e Sílvio (Atlético de Madrid). 

Este último, Sílvio, foge à regra, mas tem uma história curiosa para contar. Fez toda a formação ao serviço do Benfica mas, tal como acontece à grande maioria dos jogadores que chegam aos Juniores de equipa grande, dificilmente conseguem transitar para o plantel principal. Sílvio fez um ponto de ruptura completo na carreira. Tentou aventurar-se no estrangeiro mas foi recusado. Iria então para o Atlético do Cacém na III Divisão Nacional.

Fez lá uma época completa antes de se transferir para o Odivelas na II B. Mais um passo acima daria no ano seguinte. Rio Ave, primeira liga. Foi curto o caminho, mais curto do que supostamente pensou. Dois anos em Vila do Conde bastaram para ganhar bilhete para o Braga e desafios mais exigentes, ao ser vendido no final do ano para o Atlético de Madrid. Hoje é internacional português.

Hélder Barbosa agradece à Académica a sua formação. Foi de lá que se transferiu para o Porto com 17 anos. Jogaria ainda pela equipa B dos dragões antes de sair. Sucessivos empréstimos. Académica (2 anos), Trofense e Vitória Setúbal, uma época, antes da saída definitiva para Braga onde se vai fixando. Internacional português.

Neto chegou à Selecção aos 24 anos. Formação interessante: Sempre no Varzim, clube da terra. Acabaria por não aguentar ver o decréscimo de estruturas na Póvoa e saiu para o Nacional na 1ª Liga. Um ano bastou-lhe para convencer os responsáveis do Siena a pagarem por ele.

Rúben Ferreira, 22 anos. Jogador do Marítimo, com toda a formação completa no União da Madeira. Está a aparecer a grande nível e Paulo Bento premiou-o. Pizzi, um caso enigmático. Andou "escondido" e aparentemente perdido, pela opinião pública, no modestíssimo Bragança. Foi para o Braga com 18 anos, tendo sido emprestado 3 anos seguidos: Ribeirão, Covilhã e Paços de Ferreira. Evoluiu de forma assombrosa, faz um ano em grande no Braga, dividido por Paços novamente, acabando por sair para o Atlético de Madrid. Actualmente joga no Corunha e é uma das principais figuras da equipa.

Éderzito é outro caso curioso. Jogou toda a vida no Adémia, sendo recusado pela Académica, a mesma briosa que acabaria por o contratar já com idade adulta ao Tourizense, onde completou duas épocas, após uma passagem pelo Oliveira do Hospital.

Fica a questão: Onde andam os jogadores destas gerações de 1987, 1988, 1989, por exemplo, que jogaram no SLB, SCP e FCP durante a sua formação?

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